Em busca do perfume perdido - Parte 2

Em busca do perfume perdido - Parte 2
by : Roberto D'Angelo

É como ter que mexer no vestido de um grande estilista para consertar um rasgo.

A grande preocupação dos perfumistas, é garantir que o consumidor não se decepcione com o resultado. Trabalhar em uma criação clássica e icônica, exige responsabilidade e profissionalismo para manter a identidade do perfume.

Em geral, as reformulações de hoje são mais qualitativas e mais fiéis aos originais do que as feitas nas décadas de 1980 e 1990. Na Dior, François Demachy fez um grande trabalho para atualizar os clássicos da casa, como com Eau Sauvage, que ficou prejudicado com as reformulações. Outro exemplo de sucesso é Quelques fleurs de Houbigant, relançado no final de 2018, que ficou bem próximo da versão original lançada em 1912.

A tecnologia atual permite formulações mais refinadas, graças aos novos métodos de destilação, extração e fracionamento de matérias-primas. O objetivo também mudou. Os perfumistas da atualidade são mais sensíveis à ideia de preservação do patrimônio do que no passado.

A legislação não é a única a forçar os perfumistas a reformular: dificuldades no fornecimento de matérias-primas naturais podem surgir no caso de problemas com as colheitas ou mesmo com problemas com a política mundial. Durante a Guerra Fria, Guerlain, que é famosa pelo uso de rosas búlgaras, teve que substituí-las por rosas da Turquia.

Para superar os riscos e assegurar, tanto quanto possível a sustentabilidade de suas composições, casas como Chanel, Dior e Guerlain, implantaram seus próprios setores de desenvolvimento sustentável.

O controle rigoroso, por parte da IFF, é garantir a qualidade e desempenho dos perfumes, assegurando que o produto final atenda aos padrões de qualidade, como a fixação, projeção.

Todo este trabalho dos químicos e perfumistas, requer muita dedicação, conhecimento e principalmente profissionalismo. Podemos compará-los com os arqueólogos e restauradores, os quais se dedicam em preservar uma obre de arte.

Eles pesquisam incansavelmente na busca de novos ingredientes, muitas vezes de alto custo.

Mas no final tudo vai depender da disposição das casas de perfumes em investirem em um projeto que pode acabar não agradando a consumidora dizendo que a nova versão do perfume não se parece com a original.

by Consultor Net